quarta-feira, 12 de julho de 2017

Taca le pau nesse carrinho

Quarta-feira, 12 de julho de 2017. 21 horas e 23 minutos. Faz tempo que não escrevo nada aqui. O blog está mais esquecido que o Felipe Dylon e com mais pó que o avião do Perrela.

Existem coisas que desaparecem e nunca mais voltam, como o menino do Acre e o finado respeito. Outras somem repentinamente, provocando o caos, mas retornam para alívio de todos, como o Twelves, macaco do Latino. Outras ainda merecidamente passam anos nas profundezas do esquecimento e infelizmente acabam retornando, como o próprio Latino e esse blog.

Eu tenho 23 anos (com percentual de erro de 10 anos para mais ou para menos, dependendo da situação) e jamais havia dirigido um carro. Até o Marcos, uma criança que tem no máximo 10 anos, já dirigia seu veículo perigosamente, para desespero da Vó Salvelina.

Queria ter as mesmas habilidades automotivas que o Marcos tem.

E sinceramente não sentia a menor falta. O que posso dizer? Eu estava feliz com minha bicicleta andando por aí de forma segura, sem o freio de trás e quase sendo esmagado pelos motoristas do transporte público da cidade.

Adiei o máximo que eu pude a entrada no processo de habilitação. Mas ao contrário do Twelves, macaco do Latino, eu não pude fugir. Em dezembro do ano passado dei entrada no processo.

Eu sabia que teria que desembolsar uma grana pra fazer a carteira. Mas não imaginei que seria tanto assim. Quando fiquei sabendo do preço eu exclamei: “Moça, eu quero só a carteira de habilitação mesmo, não quero comprar o carro da autoescola não”.

Em janeiro começaram as aulas teóricas, que basicamente ensinavam coisas óbvias. Quero dizer, a não ser que você seja o Thor Batista, é esperado que você saiba que é errado passar com o carro por cima das pessoas.

Passaram as aulas teóricas, fiz o teste teórico e estava apto para começar as famigeradas aulas práticas. Já na minha primeira aula, infelizmente, sujei a lataria do carro com o sangue de alguns civis que andavam pela calçada.

(Calma galera, era no simulador…)

O simulador da autoescola é muito parecido com o GTA. Digo isso porque o simulador é cheio dos bugs. Logo na segunda aula começaram a cair pessoas do céu e eu levei uma multa porque um pedestre caiu em cima do meu carro (?). Eu não sei, mas tenho quase certeza que era o Padre do Balão.

O pedestre que caiu em cima do meu carro era mais ou menos assim.
Na terceira aula começaram a aparecer carros voadores. Fiquei putaço. Estava pagando caro naquilo, pra quê? Para todos os carros voarem, menos o meu?

Terminei as aulas no simulador (infelizmente não descobri como fazer o carro voar) e logo comecei a fazer as aulas práticas em um carro de verdade. Agora eu não poderia cometer erros graves, como subir em cima da calçada ou atropelar pedestres que caem do céu.

Lembrando que eu nunca tinha dirigido um carro. Ao sentar ali eu estava com o mesmo sentimento do Michel Temer ao assumir a presidência do Brasil: não tinha a mínima ideia de como dirigir aquilo.

Na primeira aula o instrutor me apresentou o carro. O que ele disse deve ter sido algo mais ou menos assim:
“Olha, existem três pedais. O da direita é o acelerador, usado para aumentar a velocidade do carro. O do meio é o freio, que diminui a velocidade do carro. O da esquerda é a embreagem, usada para controlar a troca de marcha do carro. Essa alavanquinha aqui é o câmbio, que você vai usar pra trocar de marcha”.

Porém, o que eu entendi foi o seguinte:

“Olha, existem três pedais. O da direita é o acelerador, usado para parar o carro quando você for bater. O do meio é o freio, mas não esquenta, se você pisar no acelerador com força o carro vai parar sozinho com segurança. O da esquerda é a embreagem, mas esquece que você nunca vai aprender a controlar essa merda. Essa alavanquinha aqui é o pênis do próprio demônio, que você vai fingir que sabe usar.”

Eu tentando entender como funciona o controle de embreagem na subida.

Pois bem, sabendo disso, logo coloquei o carro em movimento. Engatei a primeira e me senti como o primeiro cara que rompeu a barreira do som. Então atingi 10km/h, me desesperei, tentei apertar o freio com a mão (não me pergunte como) e o carro apagou.

Como eu achei que estava dirigindo...

Como eu realmente estava dirigindo.
O instrutor então me pediu para fazer uma conversão a esquerda. Naquele momento era mais fácil uma Testemunha de Jeová fazer a conversão de um ateu do que eu fazer uma conversão a esquerda.

Passaram mais algumas aulas, deixei o carro apagar inúmeras vezes no meio de cruzamentos perigosos, colocando em risco a minha vida e a do instrutor. Também furei algumas preferenciais, subi na calçada…. Só não fiz meu carro voar. Infelizmente.

Depois de finalizar as aulas, chegou então o grande dia. Faltava o último chefão para fechar o joguinho, salvar a princesa do castelo e leva-la para dar umas voltas de carro comigo.

Como eu via minha relação com o examinador do DETRAN.

Aqui no Paraná você deve fazer uma baliza dentro do próprio Detran antes de sair para o teste prático na rua. Entrei no carro, coloquei o cinto, girei a chave e pensei: “PQP, seria tão mais fácil se esse carro voasse”. Mas aí lembrei de todas as 76 vídeo-aulas que assisti no YouTube de como fazer a baliza.

Eu estava muito nervoso. Achei que não ia entrar, mas entrou. E, ao contrário do que eu esperava, terminei bem rápido. Igual a minha primeira vezAaah, deixa pra lá.

O primeiro chefão estava derrotado. Eu estava me sentindo o próprio Ayrton Senna por ter acertado a baliza. Hora de ir pra rua.

Na rua eu realmente dirigi igual ao Ayrton Senna. Igual ao Ayrton Senna bêbado, com mal de Parkinson e Alzheimer. Eu basicamente esqueci de trocar de marcha, furei uma preferencial e quando o cara mandou eu estacionar o carro eu meio que só parei o carro no meio da rua e desci do veículo já sabendo que havia reprovado.
Depois de descer do carro e perceber o tanto de cagada que eu fiz essa foi a primeira opção que me veio a cabeça.

Creio que um pouco da culpa por eu não ter me saído muito bem atrás do volante (lê-se: ser um completo imbecil) é por conviver com portugueses durante 2 anos. Portugueses são péssimos com direção. E essa péssima falta de direção dos portugueses sempre dá merda, como a descoberta do Brasil em 1500.

Voltei pra casa de ônibus, aquele que pensei que seria meu único meio de transporte motorizado para o resto da vida. No caminho, tomei uma decisão: passaria na padaria da esquina comprar coxinha, porque era dia de promoção. Ah, e também pensei: vou treinar até me tornar o melhor motorista do mundo!

Apesar da decepção, eu estava motivado. Quando cheguei em casa, sabem o que eu fiz? Isso mesmo, deitei em minha cama em posição fetal e comecei a chorar igual uma menininha ao descobrir o fim do One Direction.


Eu te entendo, Cebolinha.

Passado alguns dias, treinei com o carro do meu irmão. Deixei o carro apagar inúmeras vezes no meio de cruzamentos perigosos, furei algumas preferenciais, subi na calçada, enfim. Só não consegui fazer o carro dele voar. Infelizmente.

Hoje fiz o teste prático novamente. Dessa vez deu tudo certo. Inspirado no grande piloto Marco Véio, troquei de marcha naturalmente, fiz as conversões tal como Jesus em seus melhores dias e não furei nenhuma preferencial.

Existe uma pressão da sociedade onde parece que a pessoa só atinge a maioridade depois de conseguir a carteira de habilitação. Se assim for, hoje eu completei 18 anos novamente.

Mas não me deem os parabéns. Não fiz mais do que minha obrigação.

Deixem para me dar os parabéns quando conseguir fazer o carro voar.

Câmbio, desligo.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Desmatamento ocular e a volta dos que não foram

  Sexta-feira. 26 de junho de 2015. 23 horas e 09 minutos. Depois de mais de 1 ano, estou reativando o finado blog. Como vocês deveriam saber, não é bom ficar mexendo e compartilhando na internet cenas de coisas que já morreram... Mas eu tava com saudade desse aglomerado de bobajada.

Existem algumas coisas que vão embora e jamais retornam (como por exemplo, o extinto Respeito). Outras merecidamente passam anos nas profundezas do esquecimento e acabam retornando, como o Latino e este blog. Se você tem renite sugiro sair do ambiente devido ao excesso de poeira nos móveis do blog.

Estou voltando a escrever neste blog pelo mesmo motivo que fez com que minha vida tomasse o rumo que tomou: eu não tenho a mínima ideia do que fez com que minha vida tomasse o rumo que tomou. Paciência. 

A verdade é que faz tempo que não escrevo, devo estar meio enferrujado. Talves cometa alguns erros de ortografia, mais nada muito grave. ou esqueça de iniciar algumas frases com letra maiúscula. Posso ainda esquecer de pontuar o final de algumas frases. Mas todo mundo erra, você não acha

Mas ATENÇÃO: esse post fere e agride ferozmente a família tradicional brasileira! 

Por que? Vou direto ao ponto: hoje, pela primeira vez na vida, eu fiz a sobrancelha! 


Eu fiz a sobrancelha no mesmo dia em que os EUA aprovaram o casamento gay. Coincidência? Hmmmmmmm... Eu acho que sim. (Sobre isso só tenho a dizer que: a liberação do casamento gay tem como principal consequência a ocorrência de mais festas onde se pode comer e beber de graça...Não tem como isso ser ruim!). A última vez que vi tudo colorido desse jeito eu estava em Amsterdã por motivos que não vem ao caso expor...
Felipão também entrou na onda... (Foto: Bastian Schweinsteiger)
Mas vamos voltar a t̶a̶t̶u̶r̶a̶n̶a minha sobrancelha. Eu costumava tirar só o meio, tentando evitar a famosa monocelha. Mas infelizmente o aparador de gramas aqui de casa queimou e minha sobrancelha já estava parecendo o logo do McDonald’s. 
Acredite se quiser: havia um humano debaixo destas sobrancelhas (Foto: Monteiro Lobato)
Então minha namorada e minha mãe me sugeriram que talvez fosse bom eu ir até um jardineiro para aparar as pontas da minha sobrancelha, já que com o frio aranhas e escorpiões poderiam usá-la como abrigo. Elas foram super gentis praticando o famigerado bullying.

Depois de muito pensar no assunto (leia-se chorar no meu quarto escuro lamentando pela genética ter colocado dois bigodes extras na minha testa), resolvi encarar a realidade e tentar ver a vida de um jeito diferente (já que alguns pelos da sobrancelha já estavam tapando minha visão).

Primeiramente, claro, corri atrás da papelada pra conseguir uma licença do IBAMA pra remoção do animal silvestre que vivia sob meus olhos.

Consegui e chegou o grande dia (famoso hoje). Cheguei no salão meio cabreiro, pensativo. Será que ia doer? Será que haveriam muitas sequelas? Será que a mãe ia fazer cachorro-quente ao invés de janta hoje?

A resposta para todas estas perguntas era sim (o cachorro-quente estava uma delícia)... Sentei na cadeira e suspirei como se fosse meu último suspiro na cadeira elétrica. A moça disse: "se quiser fechar os olhos, é melhor". Aaaaaaaaah meu amigo, nessa hora eu já estava vendo a luz no fim do túnel. Quando alguém diz pra você: “é melhor fechar os olhos” é que algo bom não vem por aí. (Lembre-se disso quando chegar aos 45 anos e tiver que fazer um exame de próstata).

Fechei os olhos e esperei a morte senti algo quente sob meus olhos. Era um quentinho aconchegante, até esbocei um sorriso de canto de boca... Que durou poucos segundos. Quando a moça puxou aquilo, ela removeu alguns pelos, minha pele, minhas vísceras, minha vontade de viver, minha esperança de um mundo melhor.. Descobri por quê chamam aquilo de cera: é porque você fica pensando: Cerá que eu vou sobreviver? (O que foi, os trocadilhos ruins também estão de volta!).
Quando a moça puxou a cera eu já tava imaginando que ia ficar assim.
(Foto:  Alberto Youssef)
Uma lágrima saiu do meu olho esquerdo. Tinha sido só a primeira. A pior parte ainda estava por vir.
No final da "depilação ocular" eu estava me sentindo assim (Foto: Scott Summers)

A moça então pegou um instrumento de tortura, muito usado na Idade Média pela Inquisição para punir quem ousasse pensar: uma pinça.
Pra quem nunca tirou a sobrancelha num salão, é mais ou menos assim. (Foto: Jair Bolsonaro).
Sério, aquilo é desumano. Causa uma dor na alma. É uma dor que causa os sentimentos mais repulsivos que um humano pode ter. Uma dor que causa raiva de viver nesse nosso mundão asqueroso. Talvez Nero só tenha botado fogo em Roma porque queria descontar sua raiva depois de tirar a sobrancelha.

Mas aguentei firme (e ainda não botei fogo em nada. Ainda). Depois de uns 20 minutos de tortura a moça disse num tom sarcástico: “Pronto”.

Minha vida voltou a fazer sentido! Mas como nenhuma alegria na minha vida costuma durar muito tempo, tudo foi por água abaixo quando ela disse: “Agora falta só o outro lado”.

(Foto: Chico Buarque)
CARALH*! DEIXA ESSA DROGA ASSIM, talvez ninguém perceba. (Pensei eu).

Pela primeira vez na vida eu tive vontade de ser um cíclope! Nunca o ditado “Em Terra de cego quem tem um olho é rei” fez tanto sentido.


Enquanto ela removia qualquer resquício de vida silvestre que já habitou aquele lugar inóspito acima dos meus olhos, algumas pessoas chegavam. Mesmo com os olhos fechados eu conseguia ver que elas me olhavam de um jeito estranho. Certamente pensaram: “Hmmmmmmm esse entra na piscina pela escadinha” (E entro mesmo, não sei nadar. Qual o problema?). Ou talvez “Hmmmmmm esse vai jantar fora e pede uma Fanta Uva”. (Isso jamais!). 

Como eu acho que entro na piscina.
Como realmente eu estou entrando.
Enfim, lá se foram mais 20 minutos de melancolia, agonia e escuridão (no sentido figurado e literal, já que em nenhum momento ousei abrir os olhos).

No final, depois de terminado, ela me perguntou: “Doeu muito!?”, do mesmo modo que um ladrão de órgãos remove um rim da vítima sem anestesia e pergunta: “foi bom pra você?”
Tirando a parte em que desmaiei de dor, foi de boas.
No chão tinha tanto pelo que parecia que eu tinha cortado o cabelo. Minha sobrancelha estava tão grande que durante o corte foram encontrados o avião da Malasya e vestígios de uma civilização antiga. Infelizmente o Respeito continua desaparecido.
O chão ficou mais ou menos assim (Foto: Tony Ramos)

Eu fiz a sobrancelha. Sobrevivi, mas nem tanto. Posso não ter ficado bonito, mas... mas nada não. Só isso mesmo.



Câmbio, desligo.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Veneza: Os carros são como as lanchas, as motos são como os Jet Skis...

Segunda-feira, 26 de agosto de 2013. 23 horas e 35 minutos. Hoje é aniversário do Palmeiras, que coincidentemente cai numa segunda. Também é aniversário de uma das fiéis leitoras deste blog, que sofre de uma rara e grave doença que faz com que a pessoa ache legal ler o que escrevo. Parabéns Milene, torço muito para que você se recupere rápido e volte a ser uma pessoa normal que acha tudo o que escrevo uma droga!

A principal "Avenida" de Veneza. É tipo São Paulo em dia de chuva, mas sem congestionamento
e com a presença de Oxigênio na atmosfera. (FOTO: Geraldo Alckmin)
Depois de fugir da máfia italiana em Milão fomos a Veneza, aquela cidadezinha colonizada por dentistas que para erguer a cidade tiveram que fazer um “tratamento de canal” (tun tun tiss).

Chegamos a Veneza e fomos direto ao Hotel. Sabe aqueles filmes de terror onde jovens bonitos se hospedam em um hotel mal-assombrado, com direito a recepcionista ser uma velhinha de vestido branco e com cara de fantasma, decoração do século XVIII, fotos em preto e branco de crianças por todos os lados? Então, foi exatamente assim (menos a parte dos jovens bonitos).

Sério, a velhinha do hotel era igual a Ruth Romcy quando participava das pegadinhas do Silvio Santos vestida de morta (a diferença é que aparentemente a Ruth Romcy estava viva). Graças à [insira aqui o Deus da sua religião] não tinha elevador no hotel. Tive vários pesadelos onde entrávamos num elevador e quando as portas se fechavam aparecia a velhinha dizendo: "Vocês devem estar se perguntando por que eu os trouxe aqui”. Mas saímos vivos de lá, a velhinha só exigiu o pagamento adiantado e a oferenda de nossas almas.
Um dos primeiros habitantes de Veneza que eu conheci foi o Pinóquio (FOTO: Gepetto)
Nunca mais reclame quando precisar estender roupas no varal (Foto: Sua mãe)
E assim é o policiamento em Veneza (Foto: Datena)
Enfim, fomos conhecer Veneza! Resumindo: a cidade têm 177 canais, 400 pontes, 118 ilhas,  69 mil habitantes, 3 banheiros e 6 bilhões de turistas asiáticos. Veneza é como São Paulo em dias de chuva, a única diferença é que Veneza possui oxigênio em sua atmosfera.

Como não há ruas, o transporte em Veneza é composto por barcos caindo aos pedaços e se divide em três categorias:

  1. O caro, conhecido com Vaporetto: deve-se pagar 6,50 euros por uma passagem simples e aguentar um monte de chineses te dando cotoveladas enquanto tiram foto.
  2. O absurdamente caro, conhecido como Barco-taxis: a bandeirada custa 15 euros e mais 1 euro por minuto.
  3. O megasuperultra caro, as famosas gôndolas. Você paga 100 euros para andar cerca de 10 minutos.

Por tal motivo, há sempre aqueles que atravessam os canais nadando, o que é mais barato e muito mais seguro do que usar as outras três opções.

O símbolo da cidade é um leão alado. Instalado até hoje no alto de uma coluna na entrada da cidade, ele tinha réplicas espalhadas pelas principais cidades da região, que atestavam o orgulho do Império Veneziano pelo domínio que exercia sobre os mares (claro: leão e mar tem tudo a ver). Muita gente considera que o fato de o leão alado nunca ter sido destruído é uma prova da natureza amigável do povo veneziano, que mesmo no auge do seu poder nunca ameaçou, pela força, a existência de outros povos. Enfim, o leão alado tem todo um significado religioso e, portanto, não deve ser levado a sério.
Vamo pra Narnia, POOOOOOORRA (Foto: L.S.D)
Falando em significado religioso, na Itália percebi o quão sem sentido é a Igreja Católica. Consegue ser tão sem sentido quanto o livro que o Felipe Neto escreveu sobre o “Não Faz Sentido”. Pregam o fim da desigualdade social, mas eu não me lembro de sequer uma igreja que não tenha ouro como parte de sua gigantesca (e inútil) decoração. Dizem que não se devem julgar as pessoas pela roupa que vestem, mas proíbem as pessoas de entrarem na Igreja de regata, bermuda ou vestido (mesmo num calor infernal de 38°C).

E quase todas as Igrejas eram assim, só pode entrar se estiver com os ombros e joelhos cobertos. Você é político ladrão? Assassino? Pedófilo? Pode entrar, fica a vontade: contanto que esteja, como os próprios avisos dizem, vestido decentemente. E se você for pedófilo pode até conseguir uma vaguinha no Vaticano...

Sério, nada é mais contraditório do que a Igreja Católica. A igreja é contra os gays porque dizem não ser “algo natural”. Já andar sobre as águas e transformar ela em vinho é super normal, faço sempre aqui. Estão todos convidados a tomar um vinho aqui em casa. Tragam a água que o vinho eu garanto!
Em toda a Itália os banheiros públicos são pagos. E eles vendem entrada para o banheiro como se fosse para um show. Se bem que dependendo do show, este pode ser comparado a um banheiro
(FOTO: Latino)
Religião pra mim é só uma doença onde o principal sintoma é a cegueira para fatos e verdades. Enfim, só deixando claro que não sou contra nenhum tipo de expressão de crença ou qualquer baboseira do tipo, contanto que isso tenha algum sentido e não prejudique ninguém. Eu só sonho com um mundo onde eu possa falar mal da Igreja Católica sem aparecer esses ateus chatos querendo mudar o mundo.

Mas vamos voltar a Veneza. Ela não possui muitos pontos turísticos expressivos. Um dos poucos é a Praça de São Marcos, famosa pela grande quantidade de turistas asiáticos e pombos, sendo este último o mais suportável, mesmo cagando em sua cabeça. Graças ao aquecimento global, o nível do mal sobe cada vez mais, tornando cada vez mais frequentes as inundações e a presença de ursos polares na praça. Tá, a parte dos ursos polares é mentira, mas faria mais sentido que os dogmas da Igreja Católica...

Veneza também é conhecida pelo seu carnaval. Pessoas saem às ruas de máscara, se divertem e gritam #semviolência enquanto quebram tudo (brincadeirinha, isso só ocorre no Brasil). O Carnaval de Veneza é parecido com o brasileiro. Apenas alguns detalhes são modificados, como a ausência de batedores de carteira, músicos irritantes e doenças sexualmente transmissíveis.
Outro lugar famoso é a Ponte de Rialto (mentira, nem ri), onde casais ilusoriamente apaixonados escrevem seus nomes em um cadeado e o prendem na ponte, jogando as chaves na água para imortalizar seu amor. Depois, fazem o que qualquer casal normal de namorados faz: terminam.

Carnaval de Veneza #SemViolência (FOTO: Guy Fawkes)
Ponte de Rialto (mentira, nem ri). No Brasil também é comum prender o namoro com cadeados... (FOTO: Goleiro Bruno)
Mas em Veneza ocorreu a mais triste e cara história. Dispostos a pagar um pouquinho mais caro, decidimos ir a um típico restaurante italiano. Entramos e a garçonete deixou meia dúzia de pãezinhos secos que mal deu pra enganar o estômago. Pedi um “espaguete a carbonara”, e o que me trouxeram foram 30 gramas de algo que parecia Miojo de queijo.  


Preço total do jantar: 16 euros (cerca de 50 reais). Só a meia dúzia de pãezinhos secos custava 15 euros. Posso dizer com toda a certeza que comi o pão que o diabo amassou. Ainda saí de lá com fome. Paguei tão caro no jantar que rezei antes e depois de comer. Depois dessa facada adivinha quem comeu comida italiana todos os dias? Isso mesmo, os italianos. Os outro dias eu passei a base de Kebab e outros lanches mais baratos.

Veneza: um lugar onde os carros são como as lanchas, as motos são como os Jet Skis, e os pedestres são como os banhistas...


Câmbio, desligo. 

sábado, 17 de agosto de 2013

Post à Milanesa

Sábado. 17 de agosto de 2013. 21 horas e 57 minutos. Já estou em terras tupiniquins. Mal acostumado com o fato de na Europa apenas pôr o pé na faixa de pedestres ser o bastante para todos os carros pararem para o pedestre atravessar a rua, já quase fui atropelado 7 vezes no centro de Ponta Grossa. Você percebe que é uma pessoa amada quando pergunta pros amigos do Brasil: “O que aconteceu de bom na minha ausência?” e eles respondem “A sua ausência”.

Aaaah Itália... Uma das botas perdida por Judas. Conhecida por ser a Terra das Massas, da Máfia, de Mussolini, Baggio.... Dizem que a Itália é fruto do trabalho... Dos outros. Nós brasileiros temos uma imagem errada dos italianos, vendo-os como um monte de gente obesa gritando “Mamma-mia” e comendo macarrão. É uma visão completamente errada porque os italianos não são obesos (mas comem macarrão gritando “Mamma-mia”).

Fui à Itália. Passei por Milão, Veneza, Florença, Pisa, Livorno e por fim tive boca e fui a Roma. E apesar dos compromissos pessoais que estão lotando a minha agenda aqui no Brasil (compromissos pessoais = dormir e comer), aos poucos vou escrevendo sobre cada cidade.

Como diria Elize Matsunaga, vamos por partes! A viagem já começou cansativa, pois tivemos que dormir no aeroporto de Porto (já que o voo era bem cedo). Não havia camas, somente alguns bancos de metal (que, diga-se de passagem, eram mais confortáveis que as camas do Hostel que ficamos em Londres). Foram incríveis 2 horas de sono (tempo médio que um paulistano dorme... por semana).

Chegamos a Milão pela manhã e fomos direto ao Hotel. O Hotel chamava-se “Hotel Brasil”, mas de brasileiro mesmo não havia nada. Estávamos na esperança de sermos atendidos por um brasileiro, mas quem estava na recepção era um velhinho italiano engraçado (que se torna pleonasmo, já que todo velhinho italiano é engraçado). A noite ele ficava assistindo novela deitado em um sofá que ficava na porta do quarto das meninas. Parecia um vigia. Só faltou uma espingarda, um cachorro e um “paiero” na boca...

Duomo de Milão (FOTO: Silvio Berlusconi)
Pegue o pombo, pegue o pombo, pegue o pombo... ((FOTO: Adriana Bombom)
Enfim, fomos conhecer Milão, capital da moda e da máfia italiana. Primeiramente fomos a um dos maiores símbolos de Milão, o Duomo (catedral em italiano) de Milão. Foi construído em 1386, mas tempo depois as obras foram interrompidas porque os pedreiros eram muito shachicheiros. Em 1805, por iniciativa de Napoleão, que havia invadido a Itália, as obras foram recomeçadas para que tempo depois ele pudesse roubar a Igreja e expô-la no Museu do Louvre (assim como ele fez com todas as grandes obras de arte do mundo). Mas antes de 2009 ela só era famosa por ser mais uma obra gigantesca (porém, inútil) da Igreja Católica para demonstrar para os outros quem eram os fodões da época (já que naquela época quem construísse a Igreja maior vencia). Tipo aquelas criancinhas birrentas na praia que brigam pra ver quem faz o castelinho mais alto.

Mas a partir de 2009 a catedral ganhou destaque internacional quando Silvio Berlusconi foi atingido por uma réplica do Duomo. As réplicas da catedral bateram recordes de venda. A miniatura da Catedral possui 136 pontas de mármore, causando certa gravidade nos ferimentos do querido titio Berlusconi. Ainda bem que Berlusconi não é de Ponta Grossa, onde um de seus principais monumentos era o Cocozão em frente à Universidade. Garanto que se fossem jogar uma réplica fresca deste monumento, o estrago seria bem pior...

Mas vamos falar um pouco sobre o Titio Berlusconi.  Um político italiano que possui tantos escândalos na sua vida que fácil fácil tornar-se-ia presidente do Brasil. É considerado o homem mais rico da Europa e já foi primeiro-ministro italiano 3 vezes.  É dono do Milan, de uma fortuna estimada em 29 bilhões de dólares, dos principais meio de comunicação da Itália, dos principais bancos da Itália, da Itália e até mesmo dono desse blog.

Mas titio Berlusconi está numa fase tão ruim quanto a do time do São Paulo (mentira, não é tão ruim assim). Ele foi condenado a 4 anos de prisão por fraude fiscal e corre o risco de ser banido da política até o fim da sua vida. Assim como alguns membros do Vaticano, está envolvido em vários escândalos sexuais envolvendo menores (a diferença é que ele tem grandes chances de ser julgado por isso). Nas ruas dava pra ver várias pessoas protestando contra a demora da condenação do titio Berlusconi. E o mais incrível é que os italianos sabem que dá pra protestar sem máscaras toscas do Anonymous ou frases de efeito escritas com toda delicadeza em cartazes para sair bonito no filtro do Instagram.

Agora, tirem as crianças da frente do computador. Durante alguns interrogatórios, descobriram que um dos fetiches do ex-primeiro-ministro italiano, acreditem, é o ex-jogador de futebol e atual malabarista de sinaleiro Ronaldinho Gaúcho. Ele pedia pra algumas stripers se fantasiarem de belzebu Ronaldinho e dançarem sensualmente pra ele. Imaginei a cena e acho que eu não fazia uma cara de nojo tão grande desde o ultimo filme erótico da Gretchen.

(1 minuto de intervalo para que todos nós possamos recuperar a saúde mental depois do parágrafo acima)

Próximo ao Duomo encontra-se a Galleria Vittorio Emanuele II, onde se encontram lojas que só a alta classe italiana frequenta. Lá você pode comprar camisetas encontradas em qualquer outra loja, mas que por terem uma etiqueta da Armani valem mais que seu rim no mercado negro (cerca de 110 mil reais). (Não me perguntem como sei o preço de um rim no mercado negro).

Cansados de tanto luxo e fineza, fomos ao Castello Sforzesco, construído no século XV por Francesco Sforza. Francesco foi um duque de Milão famoso por ser capaz de envergar barras de metal com suas próprias mãos. Se fosse brasileiro, seria apenas mais um exibicionista a se apresentar no Programa do Ratinho entornando barras de metal com a mão e colheres com a mente.


Castelo Sforzesco (FOTO: Nino)
Junto ao Castelo encontra-se o Parco Sempione, um parque que seria muito legal se não fosse o fato de pernilongos sanguinário maiores que a dignidade de vocês habitarem o parque. Perdi uns 3 litros de sangue. Os pernilongos eram tipo o Edward do Crepúsculo, só que héteros. Um monstro europeu não tirava tanto sangue de um latino-americano assim desde 1500... (Amo você, Portugal!!)


Parco Sempione, casa dos monstros europeus sanguinários (FOTO: Cristovão Colombo)
A noite fomos ver como era a noite italiana. Descobrimos a Via Corso Como, famosa por conter vários barzinhos e danceterias famosas. Chegamos lá e havia um desfile de moda no meio da calçada. Várias modelos anoréxicas com o cabelo armado desfilando de biquíni. Eram tão magras que acho que o teclado do meu computador já consumiu mais comida que elas. E várias pessoas cercavam-nas. Curtindo o evento? Não, fazendo barreira para que o vento não levassem as modelos embora.

Noutro dia fomos ao Estádio Giuseppe Meazza/San Siro, um dos grandes palcos do futebol mundial. O estádio é usado pelo Milan e pelo Internazionale de Milão. A rivalidade é tanta que eles não aceitam “jogar no mesmo estádio”. Para resolver isso, os torcedores de cada time chamam o estádio por nomes diferentes. Para os torcedores do Milan, é Estádio San Siro. Para os do Inter de Milão, é Estádio Giuseppe Meazza. Rivalidade típica de times brasileiros como São Paulo/Corinthians; Palmeiras/Guarani; Santos/Goool do Barcelona.
Estádio San Siro (FOTO:  Kaka)
A estrutura do estádio é enorme, exatamente como vemos pela televisão ou até mesmo no vídeo game. Mas o que impressiona mesmo é a diferença entre os vestiários do Milan e do Inter. Como já disse, o titio Silvio Berlusconi além de dono da Itália também é dono do Milan. Então, adivinha qual vestiário é o melhor? Isso mesmo! O do Inter de Milão parece um banheiro público, enquanto o do Milan é todo personalizado, cada jogador tem sua própria poltrona. Perguntado sobre o por quê das diferenças, Berlusconi respondeu que cada jogador tem sua própria poltrona pois cada jogador do Milan é único, e cada time tem o vestiário que merece.


Ainda deu pra visitar o Museu San Siro. Dentre as várias coisas legais que haviam lá, destaque para algumas estátuas de cera de grandes ídolos do futebol, camisetas autografadas e algumas taças (inclusive das últimas Champions League que Milan e Inter ganharam).


Sendo estrelinha na sala de imprensa do San Siro
(FOTO: Cristiano Ronaldo)
Por fim, fomos a Igreja Santa Maria delle Grazie, famosa pela pintura “A Última Ceia”, obra do pintor e tartaruga ninja Leonardo da Vinci e cinco de março, que foi pintada na parede do refeitório do convento. Mas para ver a pintura era preciso reservar com 3 meses de antecedência e como amantes e adoradores da arte, não tínhamos a mínima ideia disso.

Assim é Milão. Igrejas pontudas sendo atiradas em políticos, pernilongos sanguinários, stripers fantasiadas de Ronaldinho Gaúcho, desfiles de moda no meio das ruas... Vocês sabiam que em Milão “Bife a Milanesa” é conhecido apenas como “bife”?

Câmbio, desligo. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Férias dá tanta preguiça que nem vou escrever esse titulo intei

Segunda-feira, 22 de julho de 2013. 23 horas e 22 minutos. No momento estou invejando o bebe real que mesmo só comendo/dormindo/cagando já é infinitamente mais rico que eu. Grupo de homossexuais faz protesto contra a Igreja e entrega camisa do Fluminense ao Papa. 

Foi um longo período sem escrever nada aqui. Nesse período muita coisa diferente aconteceu. Por exemplo, O Gigante Acordou, chorou um pouco e voltou a cochilar. Mas coisas cotidianas também continuaram acontecendo, como a composição de músicas ruins pelo Latino. Mas vamos ao que realmente interessa: nada.

O importante mesmo é que eu estou de férias. E tenho um segredo pra contar pra vocês: existe calor aqui na Europa. Se você imaginava a Europa como um monte de gente mal-humorada fumando, céu cinza, temperaturas baixas... Esquece. Também existe céu azul, altas temperaturas... Mas continua cheio de gente mal-humorada fumando!

E quando eu digo calor, eu quero dizer muito calor, mas muito calor mesmo. Fez tanto calor aqui em Portugal que, acreditem, eu tomei banho pelado... Sinto até inveja do cadáver do frango que está de boas no nosso congelador sem ter que aguentar esse calor todo. Mas não importa, estou de férias!

No Brasil, as férias correspondem ao período do ano em que quem mora no interior vai para o litoral e quem mora no litoral vai para o interior. Para alguns, férias é o período do ano onde recebe-se salário sem trabalhar (alguns chamam isso de “Mandato Político”). Na Europa é o período em que todo mundo sai de casa pra tomar sol e ficar queimado. É muito diferente do Brasil, onde as pessoas aproveitam quando faz um lindo dia de sol pra FICAR TRANCADO DENTRO DE UM SHOPPING. Aqui não, todo mundo sai de casa: pais, mães, filhos, cachorro e até o refém daquele sequestrador psicopata que passou o inverno todo trancado no porão. 

Eu sempre via nos filmes norte-americanos as tais férias de verão, onde universitários divertiam-se muito, com muita mulher bonita só de camiseta molhada dando mole pra todo mundo.  Nunca entendi, porque no Brasil as férias são no inverno. Mas agora sei o real significado de estar de férias no verão. Mas a parte de mulher bonita só de camiseta molhada dando mole pra todo mundo ainda é mentira.
Como são as Férias de Verão em filmes norte-americanos (FOTO: Susana Vieira)

Como realmente é na vida real... (Foto: Soneca).
Agora você deve estar se perguntando: o que eu faço nas férias? Sim, eu sei que você está se perguntando, não está? Está sim que eu sei... Tá, se não estava, pergunte-se agora para evitar eventuais constrangimentos. Enfim, eu passo o dia todo esperando pela hora de dormir. Com certeza é o auge do dia. 

E ao contrário do verão brasileiro que é muito chuvoso (conhecido pelos paulistas como “enchente”), o verão português é muito seco. Já estou com saudade do barulho de chuva, o que me levou a uma cruel dúvida: será que os mendigos também gostam de dormir com o barulhinho da chuva? 

O verão português é tão seco que eu acho que ele usa crack. Ou seja, se morrer de overdose vira ídolo brasileiro. Com o tempo seco, nosso apartamento fica com uma facilidade tão grande em acumular pó que às vezes acho que estou morando no nariz do Chorão.

E o triste do tempo quente e seco é que todo mundo sua (do verbo suar) muito. Aí tem que aguentar metade da população de Coimbra fazendo a piadinha: “Estou suando tanto que meu suor poderia acabar com a sede do mundo”. O cara que diz isso é o mesmo que diz que sobreviveria em uma ilha deserta bebendo água do mar. Se um dia eu ficar preso em uma ilha deserta eu quero estar junto de um cara que pensa que poderá matar sua sede com água do mar. Na pior das circunstâncias eu já terei carne temperada para o almoço...

“Mas você passa o dia inteiro reclamando na internet, não sai não?” Não. Até recebo várias convites no Facebook, mas são só para eventos em lugares que eu poderia ir mas não quero, ou que gostaria de ir mas não posso.

Então sim, eu passo o dia todo reclamando na internet. Nem Tv’ eu tenho pra poder ser alvo dos pseudointelectuais de hoje em dia dizerem que eu fico sendo alienado pela Globo e [imagine aqui todo aquele papinho chato de gente que nos protestos fez cartaz com uma frase de efeito pra sair bonito na foto e postar no Facebook]. Mas sinto saudades da época em que eu ficava acordado até tarde no Brasil assistindo Tv’. Chega uma hora da madrugada que só passam duas coisas: Pastor e Leilão de tapetes. Que no fim é a mesma coisa: os dois querem seu dinheiro.

Mas não fiquei só dentro de casa. Fui até a esquina levar o lixo. E também fui à praia, em Figueira da Foz, uma cidadezinha litorânea onde desemboca o lendário Rio Mondego (aquele mesmo Rio que já citei várias vezes nesse blog, que é famoso por conter todos as excreções que um estudante da Universidade de Coimbra pode excretar enquanto bêbado).
Esse cara... Não seja esse cara. (Foto: Clark Quente)

(1 minuto de silêncio em respeito à ida do nosso querido humor, que não suportou tamanha crueldade do trocadilho acima)

Bela escultura na areia (Foto: Tonho da Lua)
E uma dica pra você que quer se refrescar com um banho de mar na costa portuguesa: você não vai conseguir se refrescar com um banho de mar na costa portuguesa. A água da costa portuguesa é tão fria que da próxima vez que for pra praia vou entrar no mar com meias de algodão...

Também comprei uma bicicleta. Minha bicicleta é como minha vida: por mais que eu conserte, sempre aparece algum problema. E é muito bom andar de bike aqui em Portugal, os motoristas respeitam bastante e, ao contrário do Brasil, os motoristas de ônibus não apostam quem esmaga mais cabeças de ciclistas no meio-fio em um dia. Maaas, como ninguém é perfeito, descobri que os portugueses têm uma grande dificuldade em dar a seta quando vão virar uma rua. Na verdade, acho que os portugueses têm problemas com direção. E isso sempre dá merda, como por exemplo, o descobrimento do Brasil. Os portugueses têm cuidados no trânsito tanto quanto o casal Nardoni tinha com a filha.

Mas a melhor parte das férias é claro, dormir. Dizem que as férias são boas quando você acorda tão tarde que não sabe se almoça ou toma café da manhã. Se assim for, as minhas são muito melhores, já que acordo tão tarde que fico em dúvida entre tomar café da tarde ou jantar.
Também fomos a uma danceteria exclusivamente de Rock onde
só toca música boa (FOTO: Latino)
Mas ultimamente venho sendo interrompido. Achei que era o amor batendo a minha porta às 9h da manhã, mas eram só Testemunhas de Jeová. Eles sempre dizem querer levar a palavra de Deus, mas tudo que conseguem é fazer a gente pecar mais, fazendo a gente mentir e inventar desculpas pra se livrar deles o mais rápido possível. Testemunhas de Jeová são tão chatos que eu fico impressionado com o tanto que se parecem comigo.

Tirando isso, aproveito algumas tardes de folga pra me dedicar a projetos pessoais (projetos pessoais = dormir). Essas minhas férias estão sendo muito produtivas (produzindo muito sono). Ando tão ocupado fazendo nada que há mais de uma semana eu não sei que horas são.

Fazer intercâmbio e estar de férias faz você ficar dividido entre o sentimento de que pode fazer qualquer coisa, se quiser; e o sentimento de que não vai fazer nada, porque não quer.

Câmbio, desligPééééra lá um pouco, ainda não acabou!

Pra quem estiver interessado (ou não), quarta-feira viajo para a Itália. Se tudo der certo vou conhecer Milão, Veneza, Florença, Livorno, Roma, Vaticano, ser sequestrado pela Máfia Italiana e ser obrigado a tatuar “Eu Amo Silvio Berlusconi” na nádega esquerda.

Você deve estar aí, roendo as unhas dos pés de tanta ansiedade pelos posts sobre a Itália (ou não). Mas provavelmente demorarei um tempo pra postar. Isso porque, pra quem ainda não sabe, vou passar o finzinho das férias naquele lugarzinho selvagem colonizado por portugueses, acho que é chamado pelos nativos de Brasil. Sim amigos, espero vocês lá em casa no segundo final de semana de agosto. Quero todo mundo falso feliz com um lindo sorriso no rosto, muitos abraços, beijos, carinho e uma Striper gostosa saindo de dentro de um bolo. Uvas na boca e massagens nos pés não serão recusados...

Tentarei escrever alguma coisa lá do Brasil e, quando voltar à Portugal, vou tentar mudar a dinâmica do blog. A partir de setembro vou tentar ser menos Jean Wyllys e mais ativo nessa joça.  Assim, tentarei colocar textos mais curtos. Também vou tentar  postar com mais frequência e deixar o blog menos parecido com aquela sua menstruação que só aparece mensalmente e que, quando aparece, causa um certo alívio misturado com um desconforto irritante.

Agora sim, Câmbio e desligo.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Pulmão faz mal ao cigarro

Sexta-feira, 31 de maio de 2013. 23 horas e 30 minutos.  Semana que vem darei início ao tratamento de um câncer chamado “Provas da Universidade de Coimbra”. Preciso urgentemente de um método que me permita estudar dormindo.

Faz muito tempo que não posto nada aqui. O blog estava mais abandonado que a sala de troféus do Vasco. Eu até pediria desculpas aos meu fiéis leitores se eu soubesse da existência de algum. Enfim, vamos ao que realmente interessa, ou seja, nada!

Hoje é aquele dia que o Dr. Drauzio Varella aparece na televisão dizendo que fumar dá câncer. E também que comer, beber, andar, correr, pular, pensar e até viver dá câncer. Hoje é o Dia Mundial sem Tabaco, conhecido por seu avô como Dia Mundial sem Pito.

Não estou escrevendo esse post à toa. Mentira, é à toa sim. Mas também porque um dos grandes defeitos dos europeus (os quais incluem os portugueses) é o cigarro.

Antes que você venha me encher o saco sobre o seu direito de fumar, quero te encher o saco pelo fato de você não ter o direito de me matar. E se você acha que aí no Brasil o número de fumantes é enorme, aqui na Europa é pior. Fumar aqui, além de hábito para mais da metade da população, gera um certo status social. É meio que alimentado pela cultura onde as principais fotos de artistas que pairam no imaginário social geralmente têm um cigarro em sua boca. Ver um europeu fumando é quase tão comum quanto ver um político brasileiro roubando...

Em qualquer escola que você passe sempre verá um pré-adolescente irritante (desculpem-me o pleonasmo) fumando. Aqui em Portugal as crianças começam a fumar tão cedo que na carteira de cigarros vem uma foto do Fofão.
Siga em frente. Olhe para o lado. 

Tenho a impressão de que todos os alunos do ensino secundário de Portugal fumam. Acho que quando vão aplicar alguma prova, as instruções são: "desliguem os celulares, guardem os cadernos e apaguem os cigarros".



E em quase todos os barzinhos e cafeterias não é proibido o consumo de cigarro dentro do estabelecimento. Juro, quando entro em um estabelecimento fechado tenho a impressão de estar entrando em uma carteira de Marlboro. Saio de lá com a roupa fedendo cigarro, com o cabelo fedendo cigarro, com a pele fedendo cigarro... Tenho a impressão de que até meus espermatozoides são afetados e meus filhos nascerão fedendo cigarro.

Fumam em qualquer lugar... Uma vez eu fui a uma Missa aqui e um português acendeu um cigarro no meio do evangelho. Fiquei tão indignado que derrubei minha latinha de cerveja no chão!

Só quero dizer que não tenho nada contra fumantes por motivo de: não tenho licença de porte de armas. Minha mãe fuma e às vezes eu brigava feio com ela por causa disso. A casa toda fedia cigarro. O único cheiro que conseguia superar o de cigarro era o do incenso com cheiro de “prosperidade” que ela acendia de vez em quando. A solução que meu irmão encontrou foi colocar uma plaquinha de “Proibido Fumar” na porta do nosso quarto.
Segundo pesquisas, brasileiro gasta mais com cigarros do que com arroz e feijão.  E o mais impressionante é que a própria indústria do cigarro faz “propaganda” contra o cigarro, e ainda assim vendem pra caramba. É como se viesse escrito em uma embalagem de Cheetos: esse salgadinho fará seu hálito cheirar a vómito. Ou um aviso nos sucos da Ades: esse produto irá corroer seus órgãos.

O pior é a desculpa que os fumantes usam pra fumar:
  1. “Eu fumo porque quero, não sou viciado”, diz o cara que fuma há 35 anos e começa a sofrer de ansiedade quando fica 15 segundos sem fumar.
  2. “Mas eu só fumo aqueles cigarros de sabor porque tem gostinho de hortelã.” Sabe outra coisa que tem gosto de hortelã? Hortelã.
  3. “Não sou fumante, só fumo quando eu bebo". Então quer dizer que se eu só assaltar pessoas quando eu bebo eu não sou político assaltante?
  4. Alguns ainda dizem que “cigarro te dá personalidade”. Nós que trabalhamos na área biológica chamamos esse tipo de personalidade de câncer...
E juro que não entendo o gosto pelo cigarro, um negócio que fede tanto. Além disso, o cigarro contém inúmeras substâncias tóxicas: veneno de formiga, tinta de caneta, desinfetante, veneno de barata, hímen da Angela Bismarchi... Pesquisas mostraram que um cigarro equivale a um copo de suco Ades ou a 1 sanduíche no McDonald’s, que equivale mais ou menos à radiação de Chernobyl.

Resumindo, cigarro pra mim é um veneno em forma de bastão que tem brasa em uma ponta e a boca de um idiota na outra. 

Fumantes. Vendiam saúde, mas quando começaram a fumar fizeram queima de estoque. E no fim, a única associação entre um fumante e uma carteira de cigarro será a foto de alerta.

Dia Mundial sem Tabaco. Boa sorte pra você que vive levando fumo da vida...


Câmbio, desligo.