Terça-feira, 11 de dezembro de 2012. 22 horas e 5 minutos. Faltam 13
dias para o natal e 14 dias para você trocar o presente na loja.
Como prometido, terminarei de contar o que aconteceu durante a viagem até Serra da Estrela.
Domingo pela manhã, após
incríveis tempo algum de sono, levantei da cama. Tomamos café e saímos às
voltas do Hostel em busca do segredo da secura das pombas. Acabamos achando
algo incrível: gelo. Fomos até um riacho e havia algumas quedas de água. A água
então congelava e formava espécies de estalactites (aquilo que tem nas
cavernas). Achamos até algumas pedras que serviam de abrigo para nossos
antepassados.
Gelo no riacho. Parece nome de livro pré-adolescente. |
Eu já fui um homem das cavernas europeu. |
Saímos
meio-dia do Hostel para ir esquiar na neve. O momento mais esperado por todos.
A ida até lá foi incrível, tudo parecia esculpido para que um ônibus cheio de
estudantes caísse ribanceira a baixo. Sério, as ruas eram muito estreitas. E
com aquela paisagem era fácil distrair-se e cair.
Quando
chegamos, a quantidade de neve era inversamente proporcional a nossa decepção.
Não havia neve! Nem mesmo neve artificial. Acabamos esquiando em um tapete.
Sabe aqueles tapetes de grama artificial? Era exatamente aquilo, só que com
água e branco. Esquiar não foi tão legal assim. Você sofre pra subir e, quando
sobe, são incríveis 5 segundos de descida a uma velocidade insignificante. Foi
tão ‘excitante’, que desistimos de ficar esquiando e fomos a uma apresentação
de slides! (slides era uma espécie de tirolesa)
Esqui na neve. Ou não. |
A tirolesa parecia
segura, mas era muito perigosa. Enquanto um ficava na parte de cima para
engatar a pessoa nos cabos, outros dois ficavam embaixo para parar a pessoa
quando ela estivesse chegando ao final e para avisar quando não estivesse vindo
carro, já que os cabos passavam pela entrada do estacionamento. Comigo ocorreu
tudo bem, mas com a Keli eles precipitaram-se. Eles gritaram que não estava
vindo carro, e ela veio. Só então perceberam que uma Van estava saindo do
estacionamento. A Van acelerou e conseguiu sair do caminho, uns 4 segundos
antes da Keli passar por esse ponto. Ainda bem, seria um estrago muito grande,
uma perda irreparável. Imagina só se acontece alguma coisa? A Van ficaria toda
amassada... Confesso que fiquei aliviado pela Van ter saído ilesa dessa.
Hora de ir
embora. Poderia acabar o post aqui. Mas não, a jornada de nós, guerreiros da
neve suburbana , não pode acabar assim. Na volta, todos estavam quase dormindo.
Até que alguém gritou: “Caralho, tem uma mala pendurada na porta do
porta-malas”. Caralho, era uma mala pendurada na porta do porta-malas. A porta do
porta-malas abriu com o ônibus em movimento.
Todos
apavorados começaram a gritar para o motorista parar o ônibus e ele andou mais
uns 500 metros antes de parar. Ele desceu, viu que não tinha nenhuma mala
caída, fechou a porta e voltou a dirigir. Fiquei imaginando o critério que ele
usou para saber que nenhuma mala havia caído. Ele viu que tinham malas lá
dentro e pensou: “Não tem nenhuma mala que caiu aqui, logo não caiu nenhuma”.
Será que é porque se alguma mala tivesse caído ela não estaria ali!?
Ele andou
mais uns 30 minutos até que, após algumas ameaças de morte, ele parou o ônibus
pra todo mundo descer conferir se a mala estava lá. Todas as malas estavam lá,
inclusive os lazarentos que chegaram gritando de madrugada no Hostel. Mas
fiquei imaginando: e se algumas malas tivessem caídos? Ele iria voltar pra
pegar? Eu só imaginava um alce andando pelo meio da mata com uma mala na cabeça
e todo mundo correndo atrás.
Apesar dos
pesares, tudo ocorreu bem nessa viagem. A neve não é como eu pensava que fosse,
eu não dormi a noite, eu não fiz um boneco de neve, eu esquiei em um tapete e
quase perdi minha mochila com todos os documentos. Mas e daí!? Se tudo ocorrer
como planejado não tem graça. Se tudo ocorrer como planejado, não tem histórias
pra contar. Se não tem histórias pra contar não tem post nessa joça. Se não tem
post nessa joça...Aaah, vocês entenderam o espírito da coisa.
Câmbio,
desligo.
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